Aos 33...

Hoje faço aniversário...33 anos.
Desde o último post, muita coisa aconteceu. Muita coisa mudou, para melhor, é claro.
Estava em uma fase complicada, acho que inferno astral ou pessoal, que seja, mas, depois de muito pensar, refletir e ouvir conselhos alheios de amigos e pessoas queridas (aos quais em alguns casos devo dizer que me perdoem pelo meu mau humor), decidi que deveria sair daquela situação.
Mesmo porque, existem situações as quais não podemos simplesmente ter o controle, e outras as quais podemos e devemos ter o controle, e já que essas são a maioria presente em nossa vida, nada melhor do que tomar as rédeas e seguir o caminho.

Devo dizer que estou em uma fase boa, não ótima, porque ainda pode melhorar, mas em comparação ao que estava anteriormente, quem me conhece de perto sabe o quanto foi difícil para mim. Ainda mais um cara como eu, que tem um astral, digamos assim, peculiar...

Resolvi mudar algumas coisas em minha vida, mudar minhas opiniões e comportamentos, e parece que está dando certo.
Já fui amado e odiado, muito mais a segunda do que a primeira opção; já tentei ser o cara mal e também ser o cara bonzinho, não funcionou em nenhum dos tipos.
Agora eu sou simplesmente eu mesmo, o cara com humor ácido, peculiar, que tem suas opiniões, seus conceitos, suas dúvidas, seus gestos e comportamentos, que sabe o que quer, mas ainda não sabe como conseguir, mas mesmo assim não desiste, pois desistir é fácil, e como bom ariano, adoro um desafio. Assim como adoro a imprevisibilidade das coisas, detesto rotina e deixei de fazer planos a longo, médio ou pequeno prazo, eu simplesmente faço quando quero...ou não.
Já me disseram que tenho regras, que às vezes me boicoto (quase sempre), que sou teimoso, que sou isso ou aquilo. Posso ser e ter, mas não me importo mais. Se tenho regras, se me boicoto, se sou assim ou assado, assumo, e só peço o respeito, porque são coisas em que acredito, e quando acreditamos em algo, aquilo nos pertence e nos molda.
Não sou perfeito, e prefiro ser o cara imperfeito a ser o perfeito, com toda certeza; não faço coisas certas ou incertas ou erradas, até porque o certo ou errado são questionáveis, são conceitos que variam de pessoa para pessoa; e pessoas são variáveis tão inconstantes quanto às utilizadas em fórmulas matemáticas, físicas ou químicas ou quânticas, não importa, variam.
Assim, não sei mais me descrever, e nem me importo mais com isso, deixei de me importar a partir do ponto em que “qual a importância disso no meu contexto?” começou a pesar em minha vida. Não me importa mais como as pessoas me vêem, nem o que elas pensem de mim, me importa sim o que eu penso de mim, como eu me vejo, como eu sou.
Prefiro ser assim do que não ser, prefiro assumir os defeitos que tenho a tentar camufla-los sob um pele de cordeiro, prefiro a verdade forte a mentira branda.
Não tenho orgulho em dizer isso tudo, mas também não vou deixar de dizer, porque prefiro ser quem eu sou a querer ser quem os outros querem.
Prefiro sempre a verdade, a sinceridade, o respeito a qualquer outro tipo de sentimento.
Ainda acredito que é possível sermos justos para recebermos justiça, termos respeito com os outros para sermos respeitados, termos amor próprio para recebermos amor alheio.

E aos que pensavam que não iria falar de amor, sinto desaponta-los, pois eu sempre falo de amor.
Todo ariano é amoroso, ao extremo, pecando às vezes até por isso, mas somos, é de nossa natureza ser assim.
E sim, acredito no amor pleno, naquele que é dado sem querer algo em troca, naquele que é sincero sem se importar com credo, idade, adversidades sócio-economico-culturais, raça ou qualquer outro adjetivo ou sinônimo existente para designar diferenças. Acredito no amor verdadeiro, mesmo tendo a incerteza se eu já o tive ou não, se já tiveram por mim ou não.
Amar é ter o sentimento mais puro que existe, que podemos ter, e seja amar você, seus familiares ou alguém estranho ou mesmo outro ser vivo qualquer. Amar nos deixa bem, nos deixa feliz, nos rejuvenesce, e nos maltrata também, porque incondicionalmente sofremos sem razão pela falta de amor.
Sim, sofremos pela falta de amor. Mas que amor que nos falta? O de outros por nós ou o de nós para nós mesmo? Cada um irá responder com o que melhor lhe convier. Mas eu dou a minha resposta, porque eu posso dar. Como para cada um o grau de importância do amor varia, respeitemos opiniões alheias, mas lhes digo, eu, esse cara a que vos escreve, que até tempos atrás publicou um post se dizendo infeliz, em parte por não estar sendo amado; diz-lhes que para mim, o que realmente importa é o amor por si próprio. Esse, só você consegue.

Lendo alguns blogs durante o período de afastamento, muitos textos faziam referências à falta de amor, dos outros para com seu autor. Sim, é grande o número de pessoas sozinhas nesse mundo, e é enorme o número de caras como nós, eu e você, gays que acreditam no amor e estão solteiros. Triste situação verificada. Triste sim, porque amar é bom, se amar é ótimo e ser amado nos completa.
Saibam que eu acredito no amor, como já disse, mas acredito sim que para amarmos, precisamos primeiro nos amar, para daí sim sabermos amar os outros, ou pelo menos aprendermos a amar os outros.
Um texto que me marcou muito foi do blog RH DO INFERNO, que acompanho a tempos já, e citava uma frase de Pablo Neruda, que completava o início do post, a qual reproduzo abaixo:

“Hoje, tenho saudades daquelas que fazem doer a sério.

E esse e o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.”

Por isso meus caros leitores e amigos que por aqui passam, lhes digo. Continuarei a amar, a procurar pelo meu amor, pela minha metade, pela minha alma gêmea, mas primeiro, acima de tudo, irei amar a mim, cuidar de mim, pois só assim posso estar minimamente preparado para amar e ser amado. Dizem para cuidar do jardim para as borboletas retornarem, dizem que para cada panela existe um tampa, que para cada pé frio existe uma meia, e que para cada um que deseje algo com muito credo, esse desejo se realiza. Dizem, se é verdade eu não sei, mas dizem. E não custa nada acreditar.

Esse cara aqui não vai mais se criticar, não vai mais se desdenhar e muito menos deixar que opiniões alheias lhe atinjam, não vai mais seguir regras, pois mesmo quando elas são julgadas como regras, para mim não são. Não irei mais sofrer por antecipação e nem posteriormente, não darei mais razão a razão e também não deixarei mais que o inconseqüente seja inconsciente.
Não me perguntem mais minhas atitudes, não queiram prever meus gestos, minhas opiniões, nem eu as prevejo mais, eu simplesmente as faço, as falo.

Se nosso aniversário marca o início de um novo ciclo, que se inicie, pois agora o que me interessa com toda a intensidade que posso sentir, é simplesmente viver.