Espécie rara.

Meus pensamentos voam, minha mente divaga, até pq esse blog não teria esse título se isso não fosse algo comum em minha vida. Mas o lance é que eu divago muito, fico a pensar, analisar, querer entender tudo e todos. Em parte isso é bom, por outro lado, péssimo.

Estava eu outro dia, de papo emeésseênico (ok, inventei) com meu estimado amigo Latinha (ficamos horas de papo no MSN) sobre relacionamentos (juro que não sei pq esse assunto sempre volta em nossa pauta....kkkkkkkkkkkkkkkkk)

Mas, enfim, discutíamos o lance da pessoa já chegar predisposta a algo ou não e como isso refletia no comportamento alheio, no caso da conversa, o meu.

A pessoa te conhece por um meio informal, por vocês estarem em um mesmo lugar, por serem apresentados por um amigo em comum, não importa, vocês nunca se viram, se olham pela primeira vez, se olham por uma segunda vez e alguém toma coragem, uma das partes vem falar com a outra.
Vocês conversam demoradamente, se conhecem, trocam telefones, e-mails, msn´s, Orkut e o diabo a quatro para manterem contato.
O contato físico se resume a um aperto de mãos (pq são homens) ou a um abraço, até pq estão em um meio informal, junto de outras pessoas e não tem aquele grau de intimidade.
Marcam de se verem outro dia para um café, um cinema, um passeio qualquer, e conversam mais, vão se descobrindo, vão fomentando uma amizade.
Chega determinado dia o interesse dos dois se encontra expresso, o físico do outro já te atrai, o caráter do outro casa com o teu, o comportamento alheio lhe desperta interesse e o inevitável acontece, ambos se sentem atraídos e acabam por ficarem juntos.

Do outro lado, você conhece alguém por um meio fora do comum, seja ele virtual (chat, Orkut, MSN, sites de relacionamento) e a pessoa entra em contato contigo. A conversa flui legal, meio truncada de início é bem verdade, mas flui.
Chega um determinado momento que o papo sempre vai para o prédeterminado, que alguém quer algo, pois afinal, ambos estavam, digamos assim, “de acordo” ao registrarem seu interesse.
O papo continua fluindo e um possível encontro real é marcado. Péssima idéia.
A pessoa já chega predisposta a ter algo contigo, já chega determinada a te beijar, a te tocar, a conversa casual fica para depois, relegada a segundo plano, e se a idéia inicial é abandonada, muito provavelmente pq a “vítima” não estava esperando e nem querendo isso, se nega a colaborar, fica aquela sensação de que o cara é “difícil”, “arrogante”, “faz cu doce”.

Ok, passei já pelas duas situações acima, e posso lhes dizer, prefiro a primeira do que a segunda. Não adianta, podem me chamar de chato, arrogante, velho, romântico, do que quiserem, mas se a pessoa chegar para mim, já predeterminada a algo, meu senso de defesa se ativa o máximo. Não consigo sentir atração, não consigo entender a pessoa, não sei mais me comportar perante ela, e prefiro não vê-la mais.
Prefiro os caras que conversam, que se abrem, que se mostram e querem me conhecer, que se interessam por mim e sabem demonstrar que são interessantes. Prefiro os que conquistam e sabem conquistar, além é claro de se deixarem conquistar.

Prefiro o papo, a amizade, a companhia, escutar a voz, ver o sorriso, prefiro tudo isso a um bom beijo, uma boa transa. Sempre preferi o abraço ao sexo, sempre preferi o olhar de interesse ao beijo insosso, sempre preferi a mão pousada sobre a minha do que o restante do corpo todo sobre o meu.

Fico a me perguntar onde estaria um homem assim? Sim, porque vamos e venhamos, ele até pode existir, mas acho que é espécie rara, quase extinta. Estou a me considerar o último dessa espécie, destinado a ser exposto em uma jaula ou ter meu corpo empalhado e colocado em lugar de destaque em uma sociedade para estudos gays, com uma placa intitulada “homo romanticus – espécie rara, viveu entre os séculos 20 e inicio do 21”.

Fico a me perguntar... “Onde estará o jogo tão delicioso, vagaroso e prazeroso da conquista?”
Acho que pelo jeito, ficarei a me perguntar.....sem obter resposta....