Sobre expectativas e realidade.

                Eu também já escrevi aqui, não faz muito tempo, que vive melhor quem tem poucas expectativas em relação à vida. E acho sim, que isso é uma grande verdade. Acho sim que as vezes, nossas expectativas, grandes demais, podem atrapalhar o “andar da carruagem”.

                Hoje não sei se minhas expectativas são tão grandes como eram anteriormente, acho que com o passar do tempo e com o atropelo que a realidade me deu, eu baixei muito o nível das minhas expectativas, para não dizer que elas não ficaram ao nível zero.

                Lembro bem de uma passagem, em um filme que se alguém ainda não assistiu, indico que veja o mais breve possível, pela grande mensagem dentro dele. “500 dias com ela”, me marcou de vários modos, por me identificar com os personagens, ora um, ora outro, me marcou pelas situações que passei ou que iria passar logo depois, ou simplesmente me marcou porque é um filme verdadeiro, real, e que choca.

                Enfim, a passagem a que me referi é quando a tela se divide em duas, e mostram as expectativas e a realidade do personagem principal, ao ser convidado para uma festa da antiga namorada. Choca, fere, deixa desconfortável quem vê, mas ao mesmo tempo me fascina pela beleza e pela verdade com que o assunto é retratado.

                É difícil saber lidar, saber controla as nossas expectativas, saber quando ela será, se será, transformada em realidade, ou não. E um grande problema é quando essas expectativas não são suas, mas de outro, e que, infelizmente (ou felizmente) te incluem.

                Ser coadjuvante e não ator principal, pode muitas vezes trazer danos maiores, não a si mesmo, mas ao outro, a justamente aquele que te incluiu (involuntariamente) nas expectativas dele, e que por desejo do destino, não serão transformadas em realidade.

                Infelizmente, o destino nos prega peças que não entendemos, ou que só iremos entender com o passar do tempo; e o passar do tempo é justamente o grande causador das transformações ou não das expectativas em realidade.

                Não dá simplesmente para deixar passar certas coisas, não dá para entender como uma simples imagem formada no subconsciente de uma pessoa, uma imagem boa, pode se transformar em uma péssima realidade, pelo simples fato de você dizer não, e negar toda a realidade que o outro formou para ti, sem ao menos perguntar se você queria estar lá, se você gostaria de participar.

                Não podemos nem ao menos culpar o outro por tudo isso, pois ele se deixou levar por uma imagem, por um desejo, por um sonho, por uma grande expectativa para que tudo, incluso você, se tornasse para ele, aquela realidade tão sonhada. Só que você, você que tem outras expectativas, ou que simplesmente não tem nenhum, não aceita, declina do convite que nem foi enviado, desiste de participar dessa cena tão insólita dentro do seu conceito, e simplesmente não quer fazer parte da realidade alheia, você quer fazer parte da sua realidade, daquela a que você também sempre sonhou, desejou, mas que por ação do passado, por ação do tempo que passou e te feriu, você simplesmente não deseja mais passar.

                A equação expectativas versus realidade, dificilmente terá um resultado satisfatório para ambos, se ambos não estiverem sintonizados, pois dentro dessa fórmula matemática, as variáveis não são simplesmente uma, mas várias e vindas de ambos, de outros, e de cada vez mais outros, até mesmo dos que já se forma e dos que ainda virão.

                Não fique esperando um resultado, não fique procurando um culpado, não fique magoado com o outro e nem contigo, simplesmente aceite, entenda que expectativa e realidade, não convivem no mesmo plano.

Simplesmente entenda...

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Segue um vídeo de uma música que sem querer ouvi outro dia na rádio, e que caiu como uma luva em meus pensamentos atuais....