Conceitos

Vamos ver se consigo construir esse texto de forma a expressar minha opinião, sem distorção, afinal de contas, é assunto polêmico...

Eu sempre gostei dos “conceitos” que as coisas devem ter, sejam elas obras de arte, de arquitetura, literatura, pensamentos ou simplesmente idéias. Fato é que de tanto pesquisar, tanto estudar sobre diversos conceitos, eu acabei criando um termo para dizer que não existe preconceito, mas sim pré-conceito, em vários níveis utilizados pelas pessoas em várias situações da vida...

Um desses pontos é justamente sobre relacionamento; ou as formas como as pessoas se relacionam; ou melhor ainda, a forma como se conhecem e se relacionam.

Eu não nego, e nem acho que deve ser negado, mas quem me conhece bem, ou quem me pergunta, sabe que eu tenho cadastro em vários sites de relacionamento, e agora também em alguns aplicativos de celulares. E se me perguntarem por que, vou dizer a verdade, que é por estar solteiro e utilizar dessas ferramentas, entre outras, para conhecer pessoas. E não adianta me dizer que esses sites só tem pessoas que estão procurando sexo, fast-foda, uma transa casual e coisas assim....isso para mim é, pré-conceito da tua parte.

E porque é “pré-conceito”? Bom, basicamente pelo princípio de que eu estou lá e não estou procurando isso; e do mesmo modo que eu existo, acredito que existam outras pessoas que procuram o mesmo; sendo assim, julgar que o coletivo de uma idéia é pertinente a todos que estão lá, é fácil, e se é fácil, foi sem pensar, e se foi sem pensar, foi algo já estabelecido....é um “pré-conceito”!

Fato é que durante todo esse tempo utilizando esse tipo de ferramenta, eu conheci sim várias pessoas, e não me arrependo de nenhuma delas. Alguns viraram amigos, outros viraram purpurina e sumiram no ar, mas a grande maioria se mostrou de bom caráter, de boa índole, mesmo não dando o resultado final esperado no início. O que recentemente me trás a esse texto, é a relação entre a utilização dessas ferramentas e o pré-conceito que existe por quem não as utiliza.

Em recente conversa com meu irmão, ele se disse contrário a utilização, sempre partindo do pressuposto que as pessoas que ali estão são o que não aparentam ser, e só querem “putaria”, sexo fácil e coisa e tal...o velho discurso comum. Eu, discordei, afinal, parto da premissa que a utilização de qualquer tipo de ferramenta pode ser eficaz ou não, dependendo da forma que ela é utilizada e com qual propósito...a mesma faca que serve para cortar a carne e te alimentar, serve para matar outra pessoa, se assim quiser o utilizador. Então, nada de julgar sem conhecer.

                Concordo que existem pessoas com outras intenções, diferentes das minhas, mas isso é normal, afinal de contas somos seres humanos e, se fossemos todos iguais uns aos outros, ou o mundo seria lindo, azul, maravilhosamente feliz, ou seria uma desgraça só; mas, felizmente as pessoa são diferentes, e dentro dessas diferenças, existem os semelhantes, que se agrupam por afinidade e por buscar o comum, nesse caso em específico, uma relação...afetiva, fraterna ou simplesmente, amigável.

                Não me arrependo, como já disse, de ter feito contato com nenhuma dessas pessoas, muito pelo contrário, de todas elas eu consegui extrair algo, aprender algo, seja como fazer, ser, me comportar ou como não ser, fazer, agir; o mais importante é que todas tiveram ou têm lugar especial em minha vida.

                Recentemente até, reencontrei um ex-aluno, que chegou até mim com um perfil falso, querendo um amigo, e que conseguiu quando descobriu quem eu era. Ah, vai me dizer que ele queria apenas amizade?, podem perguntar alguns. Olha, se ele queria outra coisa, ele estava no direito dele, quem sou eu para julgá-lo? E ele estava utilizando a ferramenta que tinha disponível para o momento. Fato é, que diante dessa coincidência que a vida nos prega, ele e eu, soubemos tirar proveito da melhor parte da história. Ele queria um amigo e achou um; eu estava querendo conhecer mais pessoas, e achei mais um para meu círculo.

                Ingenuidade da minha parte? Não meus caros, muito pelo contrário, eu não sou nada ingênuo...por baixo dessa pele de cordeiro existe um belo lobo mau, que sabe muito bem se defender e sabe muito bem quando atacar; mas que também sabe ver o lado bom das pessoas, e aproveitar disso da melhor maneira possível. Sabe, por conhecimento e causa, deixar pra lá todos os pré-conceitos existentes.

Confesso que chegar a esse ponto, não foi fácil e nem tão pouco rápido, foi um processo lento, penoso e que me custou alguns anos, algumas amizades e mesmo um pouco de vida, mas que me serviu e servirá para muita coisa ainda nessa vida que tenho pela frente. Sei que não é com esse pequeno (e talvez equivocado) texto que vou conseguir ser entendido ou compreendido por todos, que seja por pelo menos alguns, e que esses alguns pensem, pensem e deixem de pensar nos seus pré-conceitos, e que abram a mente para algo maior, para algo que pode a vida estar proporcionando a eles de forma clara, e que estão se fechando a ela. Acho sim que o grande ponto da virada, foi o ano passado, depois do que me aconteceu, depois daquela queda, e o importante são as quedas, levantar-se foi difícil, mas foi um aprendizado e tanto.

Espero sim que um dia, todo mundo caia, e se levante, assim aprenderá o quão importante é a queda, o quanto ela pode te ensinar a ver o mundo de outra maneira, de outro ponto de vista, e o quanto ela faz perceber que ter preconceito, ou pré-conceitos, não vale a pena.

Ok, foi um texto longo e pesado...e que de certo modo ainda terá uma segunda parte em breve...e que dará uma laçada no item relacionamento...espero......