Grandão...

Passaram-se 5 meses desde o último contato, e inesperadamente, enquanto eu estava vendo TV na sala, chega uma mensagem via facebook no meu celular, querendo saber se estava ocupado e se podia conversar. Disse que sim, se preferia por aquele canal mesmo ou outro, e foi quando ele me ligou.

Me ligou dizendo que era para pedir desculpas pelo mal entendido da última vez que nos vimos, no último dia do ano passado; que havia pensando muito, refletido muito, e que com tudo que vinha acontecendo em sua vida, sentiu que era hora de me pedir desculpas, de voltar a falar comigo...

Não pude deixar de achar estranho, justamente agora que minha vida deu uma virada, que muita água passou por debaixo da ponte, e que eu mesmo nem guardava mais mágoa de tudo que aconteceu entre nós.

Agradeci o pedido de desculpas e disse justamente isso, que não guardava mais mágoas; que sim, na época eu fiquei com raiva dele, magoado, triste, que chorei e tudo mais, mas que de certo modo, entendi a decisão dele, e que apesar das minhas tentativas, e de ele achar que eu deveria ter insistido mais, tirei meu time de campo.

Mas o tempo passou, e como sempre, ele resolve muitas coisas, acerta outras, cura as feridas e transforma aquela perda, aquela dor, em aprendizado...

Ele me disse que agora pensa mais nele mesmo, que ainda quer proteger os outros, a família e coisa e tal, mas que agora pensa mais em si em primeiro lugar; coisas que eu mesmo dizia que ele deveria fazer, que ele deveria se permitir mais, se abrir mais, deixar que a vida fosse mais leve e que ele fosse mais leve com ele mesmo, sem tantas cobranças, sem tantas barreiras, sem tantas amarras.

Foi uma conversa de pouco mais de meia hora, mas que me deixou com um sorriso no rosto, com a alma leve, e com a sensação de que algumas pessoas aparecem na nossa vida de forma inesperada, e mesmo que façam parte dela por apenas algum tempo, acabam fazendo uma enorme diferença, e acabam sendo mais presentes do que outras.

Confesso também que meu amor por ele é grande, mas agora de forma fraternal, afinal, meu coração pertence a outro nesse momento, o que não quer dizer que eu não tenha dito isso a ele, que o amo, que o adoro, e que quero sim que ele seja muito, mas muito feliz, pois ele merece; e que pode contar sempre comigo, como um amigo verdadeiro, como uma pessoa que sempre vai estender a mão quando ele precisar.

E nas palavras dele, recebidas em uma mensagem após a conversa... “você é o cara bom que eu conheci!”

Não consegui conter as lágrimas após ler...