O tempo do Tempo

"Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais."

( Albert Einstein ) 

"O tempo é o mais sábio dos conselheiros."

( Plutarco ) 

Dizem também que o tempo cura tudo...

Eu, que não sou pensador, mas gosto de divagar, sempre considerei o Tempo (assim mesmo em letra maiúscula) como o irmão mais novo (e brincalhão) da Sabedoria, que ora ajuda sua irmã, ora faz e desfaz em um jogo de esconde-esconde com ela...nos deixando sem saber exatamente para onde ir...

Mas eis que o Tempo, seja ele bom ou mal, sempre esteve bem presente em minha vida, e nesses últimos anos/meses/semanas, tenho pensado muito nele e em tudo que com ele passei e poderei passar...não só eu, mas alguns outros que também estiveram/estão comigo.

Em algum momento de nossas vidas, o Tempo nos deixa só, as vezes por algum pedido, por algum capricho, por algum motivo, certo ou incerto; mas por outras vezes, ele nos trás pessoas, boas ou nem tanto, mas que por algum tempo, fazem parte de nossa vida.

Algumas dessas, irão nos acompanhar, para sempre ou pelo tempo que ele, o Tempo, desejar... Aquelas que serão eternas, são raras, e eu ainda não as achei, ou pelo menos ele ainda não me trouxe-as; mas as outras, as que ele permite que fiquem ao nosso lado por breves momentos, essas sim, eu as tive aos montes...

Acho estranho falar disso...aos montes...justamente eu, que sempre quis “aos montes” para todo o sempre, só os consegui por breves momentos, e justamente acho estranho falar agora, nesse momento, em que estou muito mais para “aos poucos”, ou a quase nenhum...enfim, nem sempre compreendemos o Tempo...e nem a tua irmã Sabedoria...

Mas, o fato é que por esses breves momentos, essas pessoas que por aqui passaram, marcaram, por bem ou por nem tanto assim, e deixaram a sua mensagem, deixaram seu bilhete e sua despedida, deixaram suas impressões e suas realizações, e pela soma de tudo isso, não posso dizer que o resultado não seja satisfatório.

Não vou negar também, que a despedida sempre dói, seja ela efetiva ou não declarada, apenas aquela nuvem que a pessoa se vai; seja ela da forma que for, dói, muito, mas já dizia o poeta, que a dor existe, mas o sofrimento é opcional, e acho que para alguns foi, para outros nem tanto e para outros que irão em breve, não saberei dizer enquanto não se concretizar...apenas devemos saber/perceber quando é hora de deixá-los ir...pois é nesse momento que a Sabedoria aparece e abre a tua mão, deixando que a do outro escorregue para longe dela...

Em outros tempos, o Tempo nos prega peças, nos faz de bobo e brinca com seu senso moral, nos colocando em situações que, nem poderíamos imaginar que iríamos passar; e acho que ele só faz isso para realmente saber qual caminho iremos tomar, para saber sim se tua irmã (a Sabedoria) nos ensinou algo de valor.

O Tempo se faz de galanteador, te mostra riquezas, que envolve em jogos que não se seguem regras, mas sim se usam a intuição, o instinto, a vivência para sair deles, vencedor ou perdedor, nunca se sabe, nunca se saberá...

Ele te mostra o que tu sempre quis, os desejos, as aspirações, as conquistas, mas não quando elas deveriam ter sido conquistas, ou quando os desejos eram realmente desejos, não, os desejos já passaram, eram de outros tempos, de outras eras, mas lá está ele, o Tempo, colocando-os novamente na tua frente, aquele bela jóia rara tão antes cobiçada e agora esquecida; ela volta a ser presente mesmo sendo passado, e lá está o Tempo, segurando-a, mostrando-a, só para ver se você aprendeu ou não que o tempo passou, que o passado não volta, que ele, o Tempo, já te levou para outro lugar...

Por essas e outras, ele, o Tempo, também tem seu tempo; o tempo de despertar, de andar, de correr, de parar e de ir, de trazer e de tirar, tem o tempo dele, o tempo de aparecer, de fazer as horas passarem, de parar o tempo, de se fazer presente ou passado, mas nunca de se fazer futuro. O Tempo, esse sim que lhe deu tempo para ler isso, para refletir sobre tudo que lhe passa ou passará pela cabeça, esse mesmo Tempo que sempre te acompanha, ele também tem o seu tempo, que não é junto do teu, mas que é bem próximo se assim você quiser...

O Tempo, esse teu velho amigo (ou não...), tem o seu tempo...e você precisa aprender com a irmã dele, a respeitá-lo...